O Wi-Fi 7 já não é apenas um conceito futuro — ele está presente e já está reformulando as expectativas de conectividade nos computadores. À medida que as velocidades da internet aumentam e as aplicações com alto volume de dados se tornam comuns, este novo padrão sem fios introduz mudanças cruciais no hardware que utilizamos. Para utilizadores que consideram uma atualização ou estão a montar um novo sistema em 2025, compreender como o Wi-Fi 7 afeta placas-mãe e adaptadores é essencial.
Em 2025, o panorama de hardware Wi-Fi 7 está a consolidar-se com o surgimento de soluções dedicadas para PCs. O destaque é o Intel BE200, um módulo M.2 de última geração que oferece velocidades teóricas de até 5,8 Gbps. Este adaptador baseia-se na herança do Wi-Fi 6E, aproveitando a largura de banda de 320 MHz e a modulação 4K QAM. Suporta tecnologias MU-MIMO e OFDMA, garantindo desempenho mais suave sob carga intensa.
Outro destaque é o ASUS PCE-BE92, uma solução PCIe de alto desempenho voltada para desktops. Integra uma antena externa robusta e explora totalmente os benefícios do Wi-Fi 7 através do suporte ao Multi-Link Operation (MLO), melhorando a latência e a fiabilidade. É indicado para gamers e profissionais que exigem ligações estáveis e de alto rendimento para tarefas como streaming 4K ou colaboração em tempo real.
Ambos os adaptadores — Intel BE200 e ASUS PCE-BE92 — são compatíveis com padrões anteriores (Wi-Fi 6/6E e Wi-Fi 5), proporcionando uma transição fluida. No entanto, os benefícios totais só são sentidos com routers certificados para Wi-Fi 7, tornando essa uma atualização estratégica para quem quer preparar o sistema para o futuro.
A instalação do Intel BE200 exige uma placa-mãe com slot M.2 (chave E) compatível com CNVi, o que pode não estar presente em sistemas antigos. Para esses casos, opções PCIe como o ASUS PCE-BE92 são preferíveis. Esses modelos geralmente vêm com suportes de perfil baixo e drivers robustos para Windows 11.
É essencial verificar a compatibilidade da BIOS e do chipset antes da compra. Placas-mãe mais recentes, como Intel Z790 e AMD X670, costumam oferecer suporte nativo a estas expansões, mas é necessário confirmar o encaixe e o suporte ao CNVi. Caso contrário, pode haver perda de desempenho ou total incompatibilidade.
Para melhor qualidade de sinal, o posicionamento das antenas e a análise de interferências no ambiente são fundamentais. Ambos os adaptadores oferecem antenas externas ajustáveis, o que é vital para utilizadores em locais com muitos obstáculos ou em prédios de vários andares.
Em 2025, está a ocorrer uma mudança no design das placas-mãe. Muitos modelos premium já vêm com módulos Wi-Fi 7 integrados. Modelos como o ASUS ROG Maximus Z790 Hero e o Gigabyte AORUS X670E Master possuem conectividade sem fios nativa de até 5,8 Gbps, eliminando a necessidade de adaptadores adicionais.
Estas placas são destinadas a entusiastas, profissionais e gamers que exigem conectividade de ponta. Costumam vir também com Bluetooth 5.4, melhorando ainda mais a experiência. Os benefícios incluem construção mais limpa, menor latência e configuração mais simples via drivers fornecidos pelo fabricante da placa.
No entanto, os módulos integrados são mais difíceis de substituir. Embora liberem slots de expansão, utilizadores que desejam sinal mais forte ou funcionalidades específicas do MLO podem preferir adaptadores PCIe externos. A escolha depende do nível de desempenho e personalização desejado.
Para além do módulo sem fios, placas-mãe compatíveis com Wi-Fi 7 trazem chipsets avançados que otimizam o desempenho do sistema. Os chipsets Intel Z790 e AMD X670E oferecem canais DMI e PCIe mais rápidos, evitando gargalos entre CPU e dispositivos.
Essas placas também apresentam blindagem aprimorada e isolamento do módulo Wi-Fi, reduzindo interferências eléctricas — um factor crítico em sistemas de alto desempenho com múltiplas GPUs ou CPUs potentes.
Fabricantes como MSI e ASRock incluem softwares de otimização que permitem controlar beamforming e priorizar latência, tornando o Wi-Fi 7 integrado uma opção viável mesmo para utilizadores exigentes.
Embora o Wi-Fi 7 traga melhorias claras em largura de banda e latência, a atualização não é essencial para todos. Para navegação ou streaming HD, o Wi-Fi 6 continua adequado. Porém, para quem trabalha remotamente, joga na nuvem ou utiliza serviços como GeForce NOW, a migração para Wi-Fi 7 reduz significativamente a latência e perda de pacotes.
Se já possui ou pretende adquirir um router Wi-Fi 7, a atualização do adaptador também é recomendada. Usar um adaptador antigo com router novo limita a experiência e impede o aproveitamento de recursos como MLO e 4K QAM.
Para quem procura estar preparado para os próximos anos, investir em hardware Wi-Fi 7 é uma decisão estratégica, considerando que ISPs na Europa (incluindo Portugal, Alemanha e Reino Unido) já começaram a oferecer conexões de fibra de 10 Gbps. Ter hardware compatível evita gargalos no futuro.
Para quem tem orçamento limitado, placas PCIe como a TP-Link Archer TXE75E oferecem uma solução intermediária por cerca de €60–€80. Apesar de menos completas que os modelos topo de linha, elas suportam MLO e Bluetooth 5.3, sendo ideais para a maioria dos utilizadores.
Quem procura montar um sistema topo de gama pode optar por placas-mãe premium ou adaptadores com blindagem térmica, sincronização RGB e softwares avançados de gestão de tráfego. Estes são voltados para streamers, criadores de conteúdo e gamers profissionais.
No final, a decisão de atualizar para Wi-Fi 7 depende do uso específico. Ainda não é um requisito universal, mas representa uma vantagem notável para quem valoriza desempenho e estabilidade nas redes sem fios modernas.